quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Timor

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Terra de inferno para uns e de libertação para outros.
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Recebi , de um amigo, um livro de presente neste Natal sobre Timor, com o titulo ''Azul Suai''.
É um romance e tanscrevo algumas passagens que confirmam as minhas opiniões sobre o que por lá constatei.

Eu apercebi-me que muitas das pessoas que optam por este tipo de solidariedade vão a''fugir'' de qualquer situação das suas vidas, que não as satisfaz . As motivações são diversas.

O autor do livro ''relata'' algumas passagens que naquela altura e actualmente vou confirmando.
Nunca tive necessidade de ir viver para o estrangeiro, e ter de integrar-me .
Foi muito, muito dificil mesmo, mas muito necessário. Lá, em 6 meses, encontrei o que procurei cá durante anos.
A minha estada em Timor foi, como digo a quem me pergunta sobre a experiência, ''Negativamente Positiva''.
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Cito:
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ele entendeu ser aquela a melhor maneira de acabar com as reuniões nocturnas, que ambos vinham tendo na praia. Andava esgotado. De dia uma vida, de noite outra... ''Não posso mais'', pensou Fonseca antes de abordar aquele tema .Estava farto de sacrificar a consciência só para curtir com um gaja boa sem que ninguem soubesse. Iria dizer rigorosamente tudo o que pensava das ONG. ... seria o suficiente para acabar ali com os encontros.
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Ela lutando contra a areia seca , caminhou em silêncio para o jipe, que como sempre deixara estacionado na orla da pequena floresta de arbustos junto à estrada.
''Este gajo ensadeceu. Como fui cair numa destas? Ainda há dias juraria ser este o tipo ideal para descontrair, para não pensar no serviço daqui.

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Ainda não acabei o livro, logo, logo acrescento mais situações....
03-01-2009.
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Pela primeira vez apercebe-se da dor que a ausência da Raquel, a 13 mil quilómetros de distância, no outro lado do mundo, lhe provoca.Passaram apenas dois dias e já tenho estas saudades?
Logo agora que que comecara a sentir verdadeiramente o valor que ela ,afinal, sempre teve. Como mulher e como esposa.''Logo agora é que lhe deu para sair do País. Esta vida dá-nos cada lição... Enquanto me estive a cagar para tudo, esteve sempre aqui, segura. Agora que reconheço uma data de merdas a que nunca tinha dado valor, pira-se sem mais nem menos!"
Tantas vezes estivera com outras mulheres sem que a Raquel sequer imaginasse.Do nada e de uma assentada, chegam-lhe à cabeça todas as vezes que regressou a casa com a alma pesada por uma queca dada a correr num vulgar quarto de hotel. Ou em casa delas, o que ainda é pior. ''Tantas vezes enganei esta miúda...Logo agora que me sentia mais perto dela do que nunca, é que lhe deu na gana de ir para Timor. Nunca imaginei a Raquel a meter-se numa alhada destas. Ainda por cima parece que aquela merda não está nada bem''
(...)
Que horas serão agora em Timor?Se lá ainda fosse dia, telefonava-lhe.Olhou com ansiedade para o relógio.
Definitivamente, com ela é mesmo amor. O amor que os anos de casamento ameaçaram esbater, ressuscitara de tal forma que se revelava agora num explendor, nunca antes sentido.Não tinha a mínima duvida de que sempre amara aquela mulher.Mas nunca o sentira tanto como agora. ''Agora sei o quanto...E isso doi. Porra!''
(...)
''E não é aquela paixão dos primeiros tempos, é amor!. De facto só damos valor às coisas quando não as temos.Que mulher! E andei eu a enganá-la..., pensa, olhando para a fotografia.
...Se aqui estivesse agora...Já lá vão alguns anos de vida em comum ,de habitação. Das dezenas de gajas que a vida me pos á frente, tu Raquel , és única! Uma verdadeira senhora! Que raio de gajo tenho eu sido?''
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(Agora tarde piaste! Este parêntese é meu. - Nesta altura já a Raquel está noutra, e passaram poucos dias desde que chegou a Dili. ''Fugiu'' e sentiu logo o que há muito não sentia. A ''fuga'' resultou logo. Bom ...comprem o Livro, o meu amigo Hernani Carvalho agradece) .
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Estava Raquel nestes pensamentos de desprezo pela forma babada como o governante português se insinuou com as cooperantes, quando lhe despertou a atenção um outro personagem que entrou no recinto exterior do bar.. Passou junto ao jipe branco com a sigla da ONU estampada nas portas e no capot. Com ar sério, quase zangado, seguia em passo firme. Apenas momentos mais tarde soube a razão do seu ar compenetrado, irado até. É que Dili tem destas coisas - segredos, só mesmo os do cofre! ''Estranhamente senti, logo ali, naquele preciso instante, que gostaria de te conhecer. Deduzi que devias estar cheio de ser alvo de abordagens. Diversas, imagino. Umas, lançadas por meninas à procura de um casamento conveniente. Outras, decerto, lançadas por pessoas à procura de uma aventura fora de portas. E nenhuma dessas, é definitivamente , o meu género...'', observa para si...
( dois dias depois tinha mudado de ideias...) .
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